Uma boa moldagem não é apenas o primeiro estágio no processo de produção, mas também o pré-requisito para uma restauração protética de alta qualidade. A precisão e exatidão dos detalhes da moldagem são fundamentais para determinar a precisão de encaixe e a qualidade estética de uma restauração fixa.
Para que você tenha mais eficiência e economia de tempo no seu dia a dia clínico, separamos 5 dicas para evitar bolhas em suas moldagens, essas dicas provêm dos muitos anos de experiência em tecnologia de moldagem da Kulzer, bem como da experiência prática das principais universidades e inumeráveis dentistas no mundo todo:
Dicas básicas:
- Leia as instruções fornecidas pelo fabricante;
- Utilize o produto dentro do prazo de validade;
- Evite contaminar o material;
- Utilize o tipo correto de moldeira e uma moldeira de encaixe apropriado;
- Utilize o adesivo apropriado para moldeiras;
- Seguir os tempos de trabalho e endurecimento do fabricante
- Dica 01: Bolhas nas superfícies bucal e lingual
Bolhas nas superfícies bucal e lingual frequentemente ocorrem na junção entre a moldeira e o material de revestimento.
Causas:
- Quantidade insuficiente de material de revestimento na moldagem: neste caso, o material de revestimento não consegue se fixar corretamente com o material da moldeira de viscosidade mais elevada, deixando uma pequena lacuna.
- Temperaturas ambientes excepcionalmente altas: estas podem provocar o endurecimento prematuro do material de revestimento e/ou moldeira.
- Tempo menor de trabalho e endurecimento: isto pode fazer com que os materiais percam um pouco de suas propriedades de fluxo, tornando-os incapazes de se ligar. Uma consequência típica disto é a ocorrência de uma pequena bolha na junção das duas camadas de material.
Soluções:
- Usar material de revestimento adequado durante aplicação com seringa. Garantir que o material de revestimento flua completamente ao redor da região preparada, de modo que a reproduza em detalhadamente.
- Em dias quentes, manter o material refrigerado até seu uso, para garantir que os corretos tempos de trabalho e endurecimento e a viscosidade sejam mantidos.
- Preencher o sulco completamente e cobrir a preparação com material de revestimento em uma única e contínua etapa de trabalho. Durante aplicação com seringa, sempre manter a ponta intraoral no material para evitar bolhas de ar.
Bolhas na junção entre o material de moldura e revestimento podem ser causados por uma má coordenação dos tempos de endurecimento.
- Dica 02: Bolhas nas superfícies mesial e distal
Bolhas nas superfícies mesial e distal, especialmente na junção entre os materiais de moldura e revestimento, geralmente ocorrem quando a preparação é adjacente a uma região edêntula da mandíbula.
Causa:
- Pode haver uma pressão hidráulica insuficiente para acomodar adequadamente o material da moldeira ou do revestimento, ou para colocá-lo em contato com as superfícies proximais da preparação ou tecido. Isso resulta em uma bolha nessas superfícies.
Soluções:
- Utilizar uma moldeira individual para confinar o material e garantir um formato mais preciso para o encaixe na boca.
- Utilizar a técnica do sanduíche, ou de dupla moldagem, ou reembasamento, para garantir correta pressão hidráulica.
- Utilizar uma seringa de ar para acomodar o material de moldagem nas superfícies proximais, cobrindo-as completamente.
Uma bolha na superfície mesial ou distal frequentemente ocorre adjacente a uma região edêntula da mandíbula.
- Dica 03: Múltiplas bolhas espalhados por toda a moldagem
Uma bolha pequena e localizada pode ocorrer devido a causas mencionadas acima ou devido a alguma razão inexplicável. Múltiplas delas em uma única moldagem, por outro lado, indicam um erro durante a mistura ou manuseio do material de moldagem.
Causas:
O material não foi misturado ou manuseado de acordo com as instruções de uso:
- Ao preencher a moldeira, o misturador é colocado acima da moldeira e o material drenado da seringa para dentro da moldeira. Isso pode resultar em aprisionamento de ar em diversos locais.
- O ar fica aprisionado durante a mistura manual da pasta (a combinação dinâmica aumenta a qualidade da mistura e minimiza o risco de aprisionamento de ar).
Soluções:
Múltiplas bolhas são facilmente evitadas:
- Sempre manter o misturador estático do cartucho de automistura no material dispensado até que a preparação esteja completamente coberta ou a moldeira totalmente preenchida.
- Ao usar um misturador dinâmico, sempre mantê-lo no material da moldeira durante o preenchimento da moldeira.
- Se possível, preencher a seringa para moldagem a partir de uma ponta misturadora, com o êmbolo da seringa inserido. Isso evita o aprisionamento de ar no interior da seringa, ou entre o êmbolo e o material de moldagem.
- Expelir o ar da parte frontal do corpo da seringa após inserção da ponta da seringa.
Múltiplas bolhas por toda a moldagem indica o uso de um material de moldagem misturado de forma incorreta.
- Dica 04: Bolhas na área do sulco
Felizmente, existem apenas algumas causas de bolhas que ocorrem no sulco ou nas margens de preparação das moldagens.
Causas:
- Contaminação por umidade ou medicamento.
- Hemostasia inadequada.
Soluções:
- Utilizar a técnica de duplo fio para aumentar a retração e absorção da mistura.
- Remover completamente o agente de retração e secar totalmente as áreas preparadas.
Bolhas localizadas na margem do sulco indicam contaminação.
- Dica 05: Bolhas em um ângulo linear
Bolhas geralmente ocorrem diretamente sobre a margem de um dente na forma de uma linha que interrompe a continuidade da moldagem; isso sempre ocorre no material de revestimento. Elevações são frequentemente produzidas no molde quando esse tipo de moldagem é despejado.
Causas:
- Técnica da seringa incorreta: uma vez que você começa a aplicar o material de revestimento com seringa no sulco de uma borda, é difícil obter uma junção ininterrupta quando a aplicação estiver completa. Se uma junção ininterrupta não é obtida, uma bolha é produzida na margem da moldagem, causando elevações no modelo. Se as duas extremidades de material da seringa não se fundirem apropriadamente, um espaço é criado em vez de uma junção ininterrupta.
Soluções:
- Sempre manter a ponta intraoral imersa no material durante a aplicação com seringa do material de revestimento. Aplicar o material generosamente no início.
- Garantir que a moldagem seja realizada rapidamente em casos complexos.
Um defeito em elevação pode ser provocado pela ocorrência de uma bolha em um ângulo linear.
Causas:
- Diferentes tempos de endurecimento no início e final da aplicação com seringa: logo que o material de moldagem, inicialmente aplicado com seringa, entra em contato com a temperatura naturalmente quente da cavidade intraoral, o mesmo pode endurecer mais rapidamente, particularmente em dias quentes. Em casos complexos, p. ex., com múltiplos dentes suporte, o material inicialmente aplicado com seringa pode já estar parcialmente endurecido antes de entrar em contato com o material do final da aplicação. Neste caso, não há fusão apropriada das porções;
Soluções:
- Utilizar um material de moldeira e revestimento de endurecimento lento nas moldagens grandes. Resfriar o material de moldagem antes de usar. Isso prolonga o tempo de trabalho e endurecimento;
Defeitos de descontinuidade, como espaços e elevações em ângulo linear, podem ser causados devido a aplicação incompleta ao redor da circunferência do dente.
*Queremos agradecer especialmente ao Mark L. Pitel, DMD, por sua generosidade em permitir que utilizássemos o conteúdo de seu livro publicado em 2005 “Successful Impression Taking, First Time. Every Time.” O Dr. Mark Pitel é atualmente um Professor Adjunto de Clínica Odontológica e Diretor dos Estudos Estéticos Pré-Doutorado na Columbia University College of Dental Medicine. Ele também mantém uma clínica privada em Poughkeepsie, Nova York. Dr. Pitel é um especialista e conferencista internacionalmente reconhecido em tópicos como odontologia adesiva, cosmética e odontologia a laser, restaurações estéticas em dentes anteriores e posteriores e, é claro, materiais de moldagem. Ele é autor ou coautor de vários resumos científicos e artigos técnicos.