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Dicas de aplicação em moldagem

Duas das chaves de sucesso para os trabalhos restauradores indiretos estão relacionados diretamente com a qualidade do acabamento dos términos dos preparos, bem como sua a fiel reprodução na etapa da moldagem. É bastante comum que grande parte dos trabalhos protéticos tenham suas margens localizadas em nível gengival ou subgengival. Portanto, é de fundamental importância que o profissional saiba como manejar o tecido gengival, para garantir o correto afastamento e a reprodução fiel das estruturas, sem que haja falhas ou distorções. 

Para que se tenha uma perfeita reprodução do término do preparo, é fundamental que se tenha um ambiente seco, livre de sangramento e realizar o afastamento gengival. Assim, o técnico poderá ter uma visão perfeita de onde devem estar os limites das restaurações e com isso evitar situações iatrogênicas, causando danos à saúde periodontal. Em muitas situações é necessário fazer o aumento de coroa clínica ou gengivectomia/ gengivoplastia, ambos são procedimentos irreversíveis e não serão o tema foco para este tópico.  

Pode-se classificar os métodos reversíveis para exposição dos términos dos preparos como método mecânico, químico e químico-mecânico. Como método mecânico para a retração gengival, estão os fios de retração, géis, pastas e silicones especiais. Como exemplo de método químico para hemostasia, pode-se utilizar adstringentes e vasoconstritores. O método mais comum parece ser a técnica quimio-mecânica combinada. Além da situação particular de cada caso clínico, o tratamento dos tecidos moles está relacionado especialmente à preferência individual do profissional. Abaixo, seguem algumas considerações sobre os cuidados no tratamento do tecido gengival na etapa de moldagem: 

1- Escolha do fio retrator – Os fios retratores geralmente são confeccionados de algodão, por serem mais absorventes. Estão disponíveis em vários diâmetros e vários tipos, ou seja, torcidos, trançados ou tecidos. Além disso, há os fios impregnados e não impregnados. Os fios impregnados já são preparados de fábrica com um agente químico, responsável pela hemostasia. Deve-se ter cuidado, caso a opção seja pelo uso de fios não impregnados, pois a remoção do fio pode causar uma resposta hiperêmica e um aumento da taxa de fluxo do sulco. Portanto, for utilizar um fio não impregnado, o ideal é que este seja impregnado com uma solução de retração adequada. Os fios impregnados não devem ser adicionalmente embebidos com uma solução de retração devido a possíveis interações, como por exemplo, a mistura do sulfato férrico com a epinefrina, pode gerar um precipitado de cor escura, que pode interferir na estética. 

Depois de embeber os fios, deve-se secá-los um pouco antes da inserção no sulco gengival.
Depois de embeber os fios, deve-se secá-los um pouco antes da inserção no sulco gengival.

2- Técnicas de afastamento gengival: Existem basicamente duas técnicas diferentes de afastamento gengival: a técnica de fio único e a técnica de fio duplo. Na técnica de fio único, um único fio retrator é inserido no sulco gengival e após o tempo de permanência adequado, ele deve ser removido imediatamente antes da etapa de moldagem. Essa técnica é recomendada quando se tem um sulco raso ou apenas alguns dentes preparados. Já a técnica de fio duplo, primeiramente um fio mais fino é introduzido no sulco ligeiramente abaixo da margem do preparo e depois, um segundo fio mais espesso é colocado sobre o primeiro fio. Apenas o segundo fio é removido imediatamente antes do processo de moldagem. Essa técnica é especialmente recomendada quando se tem um sulco profundo ou múltiplos dentes preparados. Deve-se ter cuidado para remover o fio, pois se ele estiver completamente seco pode ferir o tecido e induzir o sangramento. Após a moldagem todos os fios remanescentes devem ser removidos do sulco para não causar irritação e processos inflamatórios. 

3 – Uso de vasoconstritores e adstringentes: Geralmente o uso desses componentes químicos é associado ao método mecânico. Os vasoconstritores, como o próprio nome indica tem o efeito vasoconstritor, portanto, eles também têm um efeito sistêmico e podem influenciar o sistema cardiovascular. Portanto, deve-se tomar cuidado com pacientes de risco, com doenças cardiovasculares. Nestes casos, os líquidos adstringentes (por exemplo, sulfato ferroso, cloreto de alumínio) que não têm efeito sistêmico podem ser uma alternativa. O mecanismo de ação dos agentes adstringentes está baseado na capacidade de precipitação de proteínas, o que resulta em uma leve contração do tecido e, portanto, na constrição dos vasos sanguíneos capilares nele. 

4 -Pastas e géis retratores: Uma alternativa ao uso dos fios retratores, são as pastas e existem várias pastas e géis retratores disponíveis no mercado. Geralmente estes produtos contêm um componente adstringente (geralmente 15% de cloreto de alumínio) que é responsável pelo efeito hemostático e um componente para o deslocamento do tecido (geralmente o caulim, que absorve o fluido gengival e se expande). Normalmente as pastas são introduzidas no sulco com uma cânula romba e lavadas após o tempo de aplicação.  

Tendo todos estes tópicos em mente, o mais importante é assegurar-se sobre a escolha da técnica mais segura para o paciente e que seja capaz de garantir um efetivo afastamento e visualização do término do preparo. Assim, o técnico será capaz de levar os limites da restauração no local adequado, evitando assim problemas inflamatórios por invasão do espaço biológico ou por impacção alimentar e placa bacteriana no espaço que deveria estar recoberto pela peça protética.  

 

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