Com os avanços nas tecnologias e materiais na Odontologia, especificamente na manufatura aditiva, uma placa oclusal, para tratar distúrbios temporomandibulares, pode ser criada em apenas uma sessão. Não seria interessante utilizar esta modalidade?

Neste artigo, vamos abordar o que são as DTMs, seus principais sintomas e os benefícios da utilização de placas oclusais fabricadas por meio de impressão 3D como uma solução eficaz e menos invasiva. Você vai descobrir como essa inovação tecnológica pode transformar a prática odontológica e proporcionar um alívio mais rápido e eficiente para os pacientes.

O que são disfunções temporomandibulares?

As disfunções temporomandibulares (DTMs) são um termo coletivo para condições musculoesqueléticas que podem afetar as articulações temporomandibulares (ATM), músculos mastigatórios e estruturas relacionadas. 

De acordo com algumas estimativas, até 40% dos indivíduos que vivem com sintomas de DTM experimentarão recuperação espontânea das suas queixas. Ruídos na ATM e desvios na abertura da mandíbula são comuns (cerca de 50% da população) e considerados normais, por isso não necessitam de nenhum tratamento. 

Existem sinais e sintomas mais preocupantes, como redução da abertura bucal e alterações oclusais (que afetam aproximadamente 5% da população). As DTM têm uma prevalência considerável e impactam substancialmente fatores físicos e psicossociais. 

Os principais sintomas das DTMs incluem:

• Dor ou sensibilidade na mandíbula;
• Dor em uma ou ambas as articulações temporomandibulares;
• Dor intensa dentro e ao redor da orelha; 
• Dor facial ou travamento da articulação;
• Dificuldade ou dor ao mastigar; 

As DTM também causam custos socioeconômicos consideráveis, que geralmente são causados por outros problemas de saúde, como depressão e outras limitações psicológicas. 

Tratamentos para disfunções temporomandibulares

Os tratamentos sugeridos para DTM variam em um espectro incrível de modalidades. Atualmente, ainda não temos uma solução de tratamento perfeita para todos os pacientes. A razão para isso é a sua etiologia multifatorial.

Existem dois tipos principais de modalidades de tratamento: conservador (reversível, como orientação, placas oclusais, fisioterapia e educação do paciente) e não conservador (irreversível, como artroscopia, tratamento ortodôntico, cirurgia de ATM e tratamento oclusal irreversível). 

Devido à falta de modalidades de tratamento baseadas em evidências, recomenda-se começar com soluções conservadoras e posteriormente passar para soluções não conservadoras.

Placas oclusais para tratamento de DTMs

Na maioria das vezes, o uso de placas oclusais é uma forma não invasiva e reversível de ajudar a lidar com os sintomas das DTMs. A terapia com placas é a base e um componente essencial de qualquer plano de tratamento da ATM. 

Para muitas condições da ATM, é o principal dispositivo terapêutico. As placas podem ser utilizadas para estabilizar a oclusão, tratar disfunções temporomandibulares ou proteger os dentes contra traumas e desgaste. 

A proteção dos discos da ATM contra forças disfuncionais que podem causar perfurações ou deslocamentos permanentes é um objetivo comum dos tratamentos com placas oclusais. Outros objetivos do tratamento incluem melhorar a função muscular da mandíbula e aliviar a dor associada, estabelecendo uma oclusão estável e equilibrada (estática e dinâmica).

A impressão 3D é uma boa opção para a fabricação de placas oclusais. O custo médio é menor, e em termos de tempo, também apresenta uma diferença significativa. Do ponto de vista técnico, a execução é mais previsível e existe a possibilidade de imediata reprodutibilidade. Segue uma sequência clínica de placa oclusal obtido com o sistema cara® Print 4.0 pro e resina dima® Print Splint Clear

Figuras 1 a 8 – Sequência do planejamento, desenho e confecção de placa oclusal no software DentalCAD/Rijeka 3.1, exocad, Darmstadt-Alemanha com o sistema cara® Print 4.0 e resina dima®Print Splint Clear (Kulzer, Hanau-Alemanha).

Referência

1. Fang SB, Yang GJ, Kang YF, Sun YC, Xie QF. [Method and accuracy of determining the jaw position of repositioning splint with the aid of digital technique]. Beijing Da Xue Xue Bao Yi Xue Ban. 2020 Dec 21;53(1):76-82.

2. Somogyi A, Végh D, Róth I, Hegedüs T, Schmidt P, Hermann P, Géczi Z. Therapy for Temporomandibular Disorders: 3D-Printed Splints from Planning to Evaluation. Dent J (Basel). 2023 May 8;11(5):126.