A prática de exercícios físicos tem sido cada vez mais recomendada por médicos e especialistas visando a prevenção de doenças e promoção geral da saúde. Com isso, muitas pessoas têm encontrado em alguns esportes o estímulo necessário para dar o pontapé inicial e incorporar atividade física em sua rotina, visando com isso, obter um estilo de vida mais saudável.
Dentre as modalidades conhecidas, muitos aderem a esportes de impacto e de contato como boxe, jiu-jitsu, futebol ou basquetebol. Cuidados com possíveis lesões em joelhos, cotovelos, braços não devem ser os únicos focos de atenção. Lesões e traumas na face, boca e dentes, podem comprometer negativamente a qualidade de vida e o desempenho físico, principalmente em se tratando de atletas de alto rendimento, que dependem de uma condição geral de saúde boa para a prática em competições.
Neste ponto, é que entra em cena o protetor bucal, que é um acessório auxiliar no cuidado contra traumas e fraturas em mandíbula, ferimentos em língua, lesões cerebrais e ossos da face. Sua função é absorver os impactos, reduzindo a incidência e gravidade de lesões relacionados à prática de alguns esportes e tem sido cada vez mais recomendado e adotado pelos praticantes de esportes.
Existem basicamente três tipos de protetores bucais disponíveis: 1-Termoplásticos: feitos de silicone e vendidos em tamanho único. São aquecidos e levados à boca para adaptação à boca. No entanto, não tem uma boa adaptação e são de pouca estabilidade em boca, soltando-se com facilidade e geram desconforto; 2- Pré-fabricados: podem ser comprados em lojas de artigos esportivos e são vendidos em tamanho padrão – pequeno, médio e grande. Sua qualidade é inferior, devendo ser trocado com mais regularidade e não são bem adaptados em boca; 3- Customizados: são produzidos individualmente pelo cirurgião-dentista e técnico em prótese e tem uma adaptação precisa, o que garante a estabilidade e maior conforto para falar e respirar. Este último pode ser confeccionado da forma tradicional, a partir da moldagem da arcada, produção de modelos e produção para placa de forma ajustada e bem adaptada para cada caso. Mais recentemente, com a incorporação do fluxo digital em muitos laboratórios e consultórios, é possível incluir a confecção dos protetores bucais no fluxo de trabalhos impressos, garantindo algumas vantagens adicionais à técnica tradicional, como a possibilidade de se manter o arquivo digital e reproduzir o aparelho tantas vezes quantas forem necessárias, sem a necessidade de submetermos moldar o paciente; oferecer ao paciente um trabalho com melhor capacidade de absorção de impacto e por consequência, melhor poder de proteção (gráfico 1) e finalmente, uma vantagem diretamente relacionada ao operador, que é a produção do trabalho de forma rápida, simples e otimizando ainda mais a utilização da impressora.
Abaixo, segue a sequência de produção do protetor bucal impresso na cara Print 4.0, com o polímero dima Print Mouth Guard, onde é possível verificar a facilidade e simplicidade de produção. A dima Print Mouth Guard está disponível nas cores azul e branca.
Fig. 1 – Modelo impresso na cara Print 4.0, com a resina dima Pritn Stone beige.
O fluxo digital iniciou neste caso, com o protetor bucal sendo produzido, a partir de um modelo também digital e impresso, como vemos na figura 1. Neste caso, foi feito um escaneamento da boca do paciente, produzido o modelo digital e a partir deste, desenvolvido o desenho do protetor bucal, também de forma digital, com um software de desenho, como por exemplo, o ExoCad. Uma vez tendo o projeto do desenho do protetor tenha sido concluído, deve-se salvá-lo e posicioná-lo no CAM da cara Print 4.0. Para garantia de uma impressão de qualidade e sem falhas, foram selecionados os suportes médios, por se tratar de uma peça grande, de maior volume, é fundamental que os suportes resistam, sem correr o risco de falhas no momento da impressão.
Uma vez, analisadas todas as camadas de impressão do arquivo, através do CAM da impressora, posiciona-se o trabalho na base de impressão e seleciona-se o trabalho e resina, com as especificações desejadas.
Fig. 2 – Configuração da resina dima Print Mouth Guard (detalhe da impressão: média precisão à 100µm e tempo de impressão à29 minutos).
Após selecionada a configuração da resina Mouth Guard, pressiona-se o botão para dar início a impressão, que neste caso, teve uma duração de 29 minutos.
Fig. 3 – Vista frontal do protetor bucal impresso, após a remoção da plataforma de impressão.
Fig. 4 – Visão da porção interna do protetor, logo após a remoção da plataforma de impressão da impressora cara Print 4.0.
Uma vez terminada a impressão, remove-se o objeto da plataforma de impressão e inicia-se o processo de limpeza da peça.
Nesta etapa, foi utilizado o equipamento cara Print Clean e álcool isopropílico, com um tempo de 3 minutos para uma pré-limpeza, de remoção de excessos de resina, e em seguida, faz-se a limpeza com álcool isopropílico limpo por mais 2 minutos.
Fig. 5 – Inserção e fixação da plataforma de impressão no aparelho de limpeza cara Clean.
O cara Clean, promove uma limpeza eficaz, rápida, com o mínimo de contato do operador com o álcool e a resina. O equipamento garante ainda, economia no consumo do álcool isopropílico e um controle maior sobre o tempo em que o objeto deve ficar em contato com o álcool para não haver altração da superfície.
Uma vez, finalizado o processo de limpeza do trabalho, procede-se à etapa de pós cura, utilizando o equeipamento HiLite® Power 3D, em dois tempos de 5 minutos, sendo que o primeiro ciclo é feito com o protetor sobre o modelo, para evitar distorções e o segundo ciclo, feito na parte interna da peça, garantindo assim, a polimerização adequada do trabalho e garantindo com isso, o atingimento das propriedades finais do trabalho.
Fig. 6 – Primeiro ciclo de pós-cura à 5 minutos com o trabalho sobre o modelo, no aparelho fotoativador HiLite® Power 3D.
Fig. 7 – Segundo ciclo de pós-cura, para complemento da polimerização da porção interna do trabalho.
O último processo é a limpeza final após fazer a pós cura, no qual deve-se deixar o protetor imerso no álcool isopropílico limpo, por 3 minutos e , em seguida, mais 10 minutos em um pote com água limpa.
Fig. 8 – Peça finalizada após a limpeza final.
Fig. 9 – Protetor finalizado, sobre o modelo
O processo todo tem um fluxo bastante simples e rápido , que garante ao paciente um trabalho melhor adaptado, estável, confortável para o paciente, além de ser facilmente reprodutível, sem a necessidade do armazenamento de modelos físicos (no caso de adoção do fluxo totalmente digital) e por último e mais importante, entregando maior eficiência no poder de absorção de impactos, quando comparado à técnica convencional.
Escreva um comentário